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sábado, 14 de junho de 2025
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Pesquisadora portuguesa vence prêmio de 15 mil euros por técnica inovadora sobre o glioblastoma

13 Jun 2025 - 09h09Por Rui Cintra
Rui Sintra - Crédito: arquivo pessoalRui Sintra - Crédito: arquivo pessoal

A ciência em Portugal continua a seguir um caminho auspicioso, com estudos e pesquisas realizadas em várias universidades e pólos científicos portugueses.

O último caso de sucesso veio da pesquisadora portuguesa Céline Gonçalves, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho, ao ter sido distinguida, em Lisboa, com a “Medalha de Honra L’Oréal-Portugal para as Mulheres na Ciência”, após ter desenvolvido uma técnica inovadora para o diagnóstico e monitorização precoce e eficaz do tumor cerebral maligno mais comum e agressivo em adultos – o glioblastoma.

O prêmio atribuído pela L’Oréal Portugal, pela Comissão Nacional da UNESCO e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia tem o valor de 15 mil euros e visa incentivar pesquisadoras portuguesas, já doutoradas e até os 35 anos de idade, a prosseguirem estudos inovadores com impacto na saúde e no ambiente.

O júri desta 21ª edição avaliou dezenas de candidaturas e elegeu quatro, incluindo a de Céline Gonçalves, que se torna a sexta laureada da Universidade do Minho.

O glioblastoma é difícil de monitorizar e os seus pacientes têm uma taxa de sobrevivência muito baixa. O trabalho de Céline Gonçalves é procurar formas inovadoras de detectar e acompanhar esta doença de modo eficaz, ível e menos invasivo.

A sua equipa estuda pequenas estruturas libertadas pelas células, chamadas vesículas extracelulares, que transportam informação sobre o estado dessas células.

Ao analisar as vesículas presentes simultaneamente no tumor e no sangue daqueles doentes, pretende-se identificar uma combinação de moléculas (a “impressão digital” do glioblastoma) que permita detectar a doença e acompanhar a sua evolução apenas através de uma análise ao sangue.

A pesquisadora portuguesa sublinha que se conseguir identificar esta molecular de forma confiável, a equipe ficará perante uma ferramenta com enorme potencial clínico: diagnósticos mais rápidos e precoces, detecção atempada de recaídas e maior capacidade de adaptar os tratamentos a cada paciente, aumentando a sua qualidade de vida.

A investigação decorre no ICVS, em colaboração com o Hospital de Braga e o Centro Clínico Académico de Braga. O projeto pode ainda abrir portas à aplicação desta metodologia noutras doenças oncológicas, promovendo uma medicina mais centrada no doente.

Natural de Vila Verde, Céline Gonçalves é licenciada em Bioquímica, mestre e doutorada em Ciências da Saúde pela Universidade do Minho e tem feito carreira no ICVS como pesquisadora e docente. A premiada considera o prêmio que agora recebe é um reconhecimento do trabalho realizado e um impulso para continuar uma investigação que poderá ter impacto real na vida de muitos doentes.

Rui Sintra

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